sábado, 31 de janeiro de 2015
dicção especial
será da história que te contaram quando descias a rua de baixo
e as hortelãs cantavam:
como fazer ventres temperados?
como dar dignidade a uma cabeça (de peixe) esperando um comboio
o infinito da imprecisão
ousadia ou repulsa?
gritos
o critério onde ficou essa matéria de falcoaria
o motivo
a sua nudez?
fumos
a língua tem de existir para te dar um mundo
por seco que seja
um vislumbre
a sua agonia?
ouve o excesso de noite na tua retina
não precisas de dizer o motivo
mas afirma a tua ferida
dos séculos finitos
aproveita agora este regresso cósmico
são também tempos de filosofia
há uma vaidade que adora a cidade
há um naipe de sinais que amam o campo
uma assembleia de deuses que em ti gravitam
e um anagrama de tudo rompendo o absurdo
haverá esse resgate?
por quanto o tempo?
por quem o magnetismo?
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
sobre expo cisão
Perto da incerteza
uma quase inerte ironia
cicatriz de província
entreacto de uma ténue liberdade
um pedacito de ilusão
um passo de ave
viver sem consciência
rodopiar da vista
pátria perturbada
saudade do instante
digerir o rio
uma curva dele
externo retorno
´
Andar às voltas do mesmo assunto. Quase chateia mas é a teia e os sinais, os seus eflúvios, os seus mistérios que manobram as escolhas.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
tintas & vernizes
KO devia ser: ready made, letra de música, marca de água, assinatura, demasia, flash de máquina antiga, uma arqueologia do existente, histórias de um absurdo pueril, traços e esboços à espera de laca, dádivas pictóricas de grau 3, artefacto de empréstimos, medi-unicidade translúcida, fascínio de alforrecas, instalação de problemas e as suas soluções barrocas, coragem plástica, solstício e equinócio
sexta-feira, 23 de janeiro de 2015
work in progress
anjo/ demónio
Baco voador
espalha o vinho
espalha a verdade
https://orderfromnoise.wordpress.com/2013/06/30/gustave-dore-gravura-como-literatura/
graffitti distinto na LX carregada
Descobri este artista na zona da Ajuda em Lisboa. Cor, grafismo, humor, distinção e para além disso honra a estirpe dos artistas graffitti de usarem paredes enfermas e locais desmarcados para as tornarem mais vivas e mais ricas.
giravento, gira
Na praia, quase sem nada, 1 x-acto, uns pacotes de vinho no caixote do lixo, uns pedaços de cana, uns pauzinhos, umas borrachas e o telemóvel. Gira ao vento, gira.
KO
Revamp 1
Um texto do amigo Dr. Zé.
Karlown
Porto 1963
Artista multifacetado (pinturas, colagens, vídeos,
instalações), Karlown tem a inata compulsividade para criar a partir do lixo.
Da porcaria constrói um universo poderoso, cheio de humor e de amor.
Assisti à sua evolução, desde as soberbas colagens como “Bananas”
( Lisboa,1993), da criação de todo um universo conceptual girando em volta do
“Keijo Mao” (Lisboa 2000), da sua vigorosa e intempestiva instalação /
exposição sobre os Açores, a Atlântida e o Príncipe Namor (Ponta Delgada 2001),
até à sua fase actual, mais intimista e amadurecida, virada para conceitos e
preocupações humanistas e sociais.
Com a constante influência do surrealismo, aliando o seu
humor à arte conceptual e usando largamente a “Trash Art.”, Karlown surpreende,
emociona, sorri e mobiliza.
O seu iniludível namoro com a “Art-Video” confere à sua obra
pictórica (no fundo o seu “péché mignon”) uma visão diferente e compensadora.
JMC 2006
Revamp 2
Revamp 2
Carlão aos 30 anos transformou-se em Karlown e começou a
fazer umas coisas com a sua apetência pelo lixo (portas, espelhos, cacos, fotos
rasgadas, livros proscritos e prescritos, achados, bonecos, pedaços da
civilização). Poucas exposições fez, mesmo o que ficou foi assim um misto de
território mítico, loucuras de uma noite, assoberbamentos de um espírito inquieto
mas artisticamente, diga-se, com algumas dificuldades. Mas não parou de fazer.
Algures no fim dos anos 90 surgiu-lhe uma ideia peregrina, tanto elogiada como
atacada que foi o projecto keijomao: produto do ocidente excedentário para o
oriente não aderente, projecto de investigação surreal, treino intelectual,
megalomania de um pobre diabo. O seu momento alto surgiu na oportunidade de
expor algumas peças no aniversário do partido comunista português na sua sede
em Lisboa...caneco que até o queijo rebentou!
Um catalizador de achados
circunstânciais, do que vai sobrando da vida, Escaqueiradas mitologias de bairro, Perfumes incaracteristicos, desenrrasques.
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