Um texto do amigo Dr. Zé.
Karlown
Porto 1963
Artista multifacetado (pinturas, colagens, vídeos,
instalações), Karlown tem a inata compulsividade para criar a partir do lixo.
Da porcaria constrói um universo poderoso, cheio de humor e de amor.
Assisti à sua evolução, desde as soberbas colagens como “Bananas”
( Lisboa,1993), da criação de todo um universo conceptual girando em volta do
“Keijo Mao” (Lisboa 2000), da sua vigorosa e intempestiva instalação /
exposição sobre os Açores, a Atlântida e o Príncipe Namor (Ponta Delgada 2001),
até à sua fase actual, mais intimista e amadurecida, virada para conceitos e
preocupações humanistas e sociais.
Com a constante influência do surrealismo, aliando o seu
humor à arte conceptual e usando largamente a “Trash Art.”, Karlown surpreende,
emociona, sorri e mobiliza.
O seu iniludível namoro com a “Art-Video” confere à sua obra
pictórica (no fundo o seu “péché mignon”) uma visão diferente e compensadora.
JMC 2006
Revamp 2
Revamp 2
Carlão aos 30 anos transformou-se em Karlown e começou a
fazer umas coisas com a sua apetência pelo lixo (portas, espelhos, cacos, fotos
rasgadas, livros proscritos e prescritos, achados, bonecos, pedaços da
civilização). Poucas exposições fez, mesmo o que ficou foi assim um misto de
território mítico, loucuras de uma noite, assoberbamentos de um espírito inquieto
mas artisticamente, diga-se, com algumas dificuldades. Mas não parou de fazer.
Algures no fim dos anos 90 surgiu-lhe uma ideia peregrina, tanto elogiada como
atacada que foi o projecto keijomao: produto do ocidente excedentário para o
oriente não aderente, projecto de investigação surreal, treino intelectual,
megalomania de um pobre diabo. O seu momento alto surgiu na oportunidade de
expor algumas peças no aniversário do partido comunista português na sua sede
em Lisboa...caneco que até o queijo rebentou!
Um catalizador de achados
circunstânciais, do que vai sobrando da vida, Escaqueiradas mitologias de bairro, Perfumes incaracteristicos, desenrrasques.
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