sábado, 31 de maio de 2008

Imagens bonecoides






Para que serve?
Para questionar, para provocar, para iludir, para permitir.
O valor e o sabor, o sentimento e a graça, o afecto e o descarte, a referência e a indiferença, a imanência e a permanência.
Palavras.
Como explicar o chumaço na calça do bailarino de flamenco? Como advinhar o interior de uma caixa de joias fechada? Como ler o que está escrito tão ao de leve na ovaloide vermelha? mostrar e esconder, ameaçar e interagir. O que quer dizer tal com tal? A dúvida é geradora.

Azorica





Carlão aos 30 anos transformou-se em Karlown e começou a fazer umas coisas com a sua apetência pelo lixo (portas, espelhos, cacos, fotos rasgadas, livros proscritos e prescritos, achados, bonecos, pedaços da civilização). Poucas exposições fez, mesmo o que ficou foi assim um misto de território mítico, loucuras de uma noite, assoberbanços de um espírito inquieto mas artisticamente, diga-se, com algumas dificuldades. Mas não parou de fazer. Algures no fim dos anos 90 surgiu-lhe uma ideia peregrina, tanto elogiada como atacada que foi o projecto keijomao: produto do ocidente excedentário para o oriente não aderente, projecto de investigação surreal, treino intelectual, megalomania de um pobre diabo. O seu acto augico surgiu na oportunidade de expor algumas peças no aniversário do partido comunista português na sua sede em Lisboa...caneco que até o queijo rebentou!
Azorica - reunião de família. Aqui vão as primeiras impressões. Da Vinci (D' Avintes - terra da famosa broa e mesmo em frente à minha origem na outra margem do Douro) Dürer e o seu talento gótico, os achados circunstânciais, o que vai sobrando da vida, Pégaso/Angelus/Minotauro/Nemesis/Renascimento, perfumes de keijomao, desenrrasques.